DÉCADA DE 1990 (1990–1999)
A década de 1990 foi marcada por um novo ciclo de fortalecimento institucional e ampliação da atuação regional da Associação Comercial e Industrial de Canela (ACIC). Nesse período, a entidade consolidou-se como importante agente de desenvolvimento econômico, ampliando parcerias, investindo em qualificação e participando ativamente das pautas de integração da Região das Hortênsias.
GESTÃO 1990–1991

Pedro Gois Viezzer
As realizações dessa gestão, liderada por Pedro Gois Viezzer e eleita em novembro de 1989, tiveram como ponto de partida o Projeto Região das Hortênsias, que buscava consolidar uma nova imagem turística para a Serra Gaúcha. Apostando no potencial econômico do turismo, as Associações Comerciais e Industriais de Canela, Gramado, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula uniram esforços para criar a Câmara da Indústria e Comércio da Região das Hortênsias e lançar o Passaporte das Hortênsias, uma iniciativa que impulsionou as vendas e o fluxo de visitantes nos quatro municípios.
Instalada em 17 de maio de 1990, a Câmara teve duração inicial de apenas um ano, mas seu impacto foi tão expressivo que os empresários decidiram reativá-la em 1994. Como desdobramento desse movimento, foi criado, em 1991, o Conselho de Desenvolvimento da Região das Hortênsias, com papel fundamental na identificação e encaminhamento das principais demandas regionais.
Outro destaque da gestão foi a criação do Troféu Destaque Empresarial, premiando empresas e profissionais dos setores de comércio, indústria e serviços. Após anos incentivando a qualificação empresarial por meio de cursos e convênios, a ACIC passou também a reconhecer publicamente o mérito de seus associados.
GESTÃO 1992–1993
Em 11 de novembro de 1991, Ciro Cristóvão Dias foi eleito presidente da ACIC para o biênio 1992–1993. Durante sua gestão, a entidade promoveu avanços importantes em infraestrutura e turismo. Foi nesse período que se concretizou a instalação de uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em Canela, marco decisivo para a capacitação da mão de obra local.
A ACIC também criou a ACIC-Turismo e a Central de Reservas, responsáveis por organizar as Campanhas de Inverno de 1992 e 1993, facilitando o acesso dos visitantes à rede hoteleira por meio do atendimento telefônico. Nesse mesmo período, firmou convênio com o SEBRAE, ampliando o suporte técnico aos empreendedores locais.
Em 1993, a associação assinou contrato com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), reativando o serviço de intermediação de empregos. Essa nova estrutura passou a operar na sede inaugurada em 26 de junho de 1992, na Avenida Júlio de Castilhos, modernizando os serviços oferecidos aos associados.

Ciro Cristovão Dias
GESTÃO 1994–1995

Nelson Roberto Petry
Eleito em 22 de novembro de 1993, Nelson Roberto Petry presidiu a ACIC entre 1994 e 1995, priorizando a qualificação profissional e o fortalecimento do turismo local. Sob sua liderança, a entidade obteve reconhecimento oficial como de utilidade pública, consolidando-se como uma das principais instituições representativas do município.
Entre as conquistas do período, destaca-se a instalação de dois balcões permanentes do SEBRAE, voltados ao atendimento de micro e pequenas empresas, com acesso a informações técnicas e linhas de crédito. A associação também liderou a criação do Fundo de Turismo, instituído em 17 de agosto de 1994, que permitiu a captação de recursos para capacitações, material promocional e participação em feiras e eventos turísticos.
Durante essa gestão, a ACIC também participou ativamente de campanhas em prol do Hospital de Caridade de Canela, defendeu a padronização das placas publicitárias da cidade e promoveu o concurso Rainha da Indústria e Comércio.
GESTÃO 1996–1997
Sob a presidência de Elizeu Dreyer, eleito para o biênio 1996–1997, a ACIC intensificou o processo de modernização e profissionalização de sua estrutura interna. Com o apoio do SEBRAE, foi implementado o Projeto de Qualidade Total, envolvendo 12 empresas associadas. Para aprimorar a realização de treinamentos, a entidade adquiriu novos equipamentos, como televisão, videocassete, retroprojetor e tela, melhorando as condições dos cursos e reuniões.
Em abril de 1996, teve início o processo de informatização da ACIC, impulsionado pela aquisição do primeiro computador no final do ano anterior. Nesse mesmo período, foi implantado o Projeto Miniempresa, da Junior Achievement, com estudantes da Escola Cenecista Cidade das Hortênsias, que criaram a empresa Sacô Canela S.A/E, produtora de biscoitos de canela. O projeto encerrou-se em dezembro de 1996 com uma cerimônia de formatura.
O compromisso com a educação continuou com a parceria firmada com o SENAI para a implementação do Telecurso 2000, ampliando as oportunidades de qualificação profissional.

Elizeu Dreyer
GESTÃO 1998–1999

Flavia Zanatta de Azevedo
Em 1997, a ACIC viveu um marco histórico ao eleger Flavia Zanatta de Azevedo, sua primeira presidente mulher, iniciando uma trajetória de protagonismo feminino que se estenderia nas décadas seguintes. Sua gestão, iniciada em 1998, destacou-se pela ampliação das parcerias institucionais e pela valorização da representatividade da associação.
Entre as principais ações do período estão o convênio firmado com a Prefeitura Municipal para reajustar a taxa de ISSQN, beneficiando o setor turístico, e a implementação de contribuição municipal para o Fundo de Turismo, o que garantiu maior estabilidade financeira ao programa. A ACIC também foi parceira na realização da Expocanela, feira que fortaleceu o comércio local e projetou a cidade como polo de negócios.
A entidade intensificou sua participação em temas de interesse público, como segurança, ambulantes e ordenamento urbano, reunindo-se frequentemente com autoridades locais para discutir melhorias na organização da cidade. A valorização das parcerias também se refletiu no lançamento do Mérito ACIC, criado em conjunto com a UCS–NUCAN para regulamentar e reconhecer pesquisas comerciais no município.
A década de 1990 consolidou a profissionalização e a presença regional da ACIC, que passou a atuar como agente articulador entre o poder público, os empresários e a comunidade. Esse período de expansão e fortalecimento institucional preparou o terreno para novas parcerias e conquistas que se intensificariam na década seguinte.




