O Relatório Mundial da Felicidade de 2024 é uma publicação do Wellbeing Research Centre da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a Gallup, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU e o Conselho Editorial do WHR. O apoio à pesquisa é fornecido pelo Centro para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia, o Centro de Desempenho Econômico da Escola de Economia e Ciência Política de Londres, a Escola de Economia de Vancouver da Universidade da Colúmbia Britânica e o Laboratório de Ajuda e Felicidade da Universidade Simon Fraser.
Este relatório reflete uma exigência mundial de maior atenção à felicidade e ao bem-estar como critérios para a política governamental. Ele analisa o estado de felicidade no mundo hoje e mostra como a ciência da felicidade explica as variações pessoais e nacionais na felicidade.
O foco deste ano é a felicidade das pessoas em diferentes estágios da vida. A pesquisa mostra que, ao contrário da crença popular, as etapas posteriores da vida podem ser mais felizes do que se pensava anteriormente.
A Felicidade Global
Em diversas áreas, embora não universalmente, a juventude tende a ser mais feliz que a terceira idade. Contudo, na América do Norte, houve uma queda tão drástica na felicidade dos jovens que eles agora estão menos satisfeitos que os mais velhos. Por outro lado, nos países que estão passando por mudanças na Europa Central e do Leste, os jovens desfrutam de um nível de felicidade muito superior ao dos idosos. Na Europa Ocidental, a sensação de felicidade é mais uniforme entre as diferentes faixas etárias, enquanto em outras regiões, geralmente observa-se um declínio na felicidade à medida que as pessoas envelhecem, com exceção de um aumento ocasional entre os mais velhos.
Os dados revelam uma estabilidade nos 10 principais países em termos de felicidade, com os países nórdicos mantendo-se no topo, seguidos de perto pela Dinamarca. No entanto, mudanças significativas foram observadas nos países em transição da Europa de Leste, como Lituânia e Eslovênia, refletindo um aumento na felicidade. Nos Estados Unidos e Alemanha, houve uma queda no ranking, colocando-os em 23º e 24º lugares, respectivamente.
A análise por faixa etária revela que, embora os jovens geralmente sejam mais felizes do que os idosos em muitas regiões, a situação mudou na América do Norte, onde os jovens agora relatam níveis de felicidade mais baixos do que os idosos. Na Europa Central e Oriental, por outro lado, os jovens são mais felizes que os idosos. Isso reflete uma variação significativa na felicidade entre diferentes grupos etários e gerações.
Ao longo dos anos, houveram mudanças na felicidade em diferentes regiões, com aumentos notáveis na Europa Central e Oriental e na Ásia Oriental, especialmente entre os idosos. No entanto, a felicidade diminuiu no Sul da Ásia, América do Norte, Oriente Médio e Norte da África. Além disso, houve um aumento na desigualdade de felicidade em várias regiões, especialmente na África Subsaariana.
As emoções negativas tornaram-se mais prevalentes em todo o mundo desde 2006-2010, com exceção da Ásia Oriental e Europa Central e Oriental, onde diminuíram. Mulheres relataram mais emoções negativas do que homens em todas as regiões, especialmente entre as idades mais avançadas. Em contraste, as emoções positivas variam de acordo com a idade e a região, com uma frequência mais alta entre os mais jovens em todas as regiões.
A crise da COVID-19 levou a um aumento na benevolência global, com todas as gerações mostrando uma maior propensão para ajudar os necessitados. Além disso, o apoio social e as interações sociais desempenham um papel significativo na felicidade, com o apoio social geralmente tendo um impacto maior do que a solidão.
A importância do bem-estar na infância e adolescência é um tema importante abordado no Relatório Mundial da Felicidade de 2024, que destaca a parentalidade como um fator crucial para o bem-estar das crianças e adolescentes. A capacidade dos pais de fornecer um ambiente seguro, amoroso e estimulante é essencial para o desenvolvimento saudável, a qualidade da parentalidade tem uma influência direta na capacidade das crianças de formar relacionamentos saudáveis, ter um bom desempenho escolar e desenvolver resiliência para enfrentar desafios futuros.
Com o envelhecimento da população mundial, espera-se um aumento nos casos de demência. A demência está ligada a uma redução na qualidade de vida, destacando a importância da prevenção. Estudos mostram que níveis mais altos de bem-estar podem reduzir o risco de demência, sugerindo que melhorar o bem-estar pode ser uma estratégia promissora. Mudanças ambientais e atividades específicas também foram associadas a melhorias no bem-estar de pessoas com demência.
Os primeiros 20 países mais felizes globalmente:
1. Finlândia |
2. Dinamarca |
3. Islândia |
4. Suécia |
5. Israel |
6. Países Baixos |
7. Noruega |
8. Luxemburgo |
9. Suíça |
10. Austrália |
11. Nova Zelândia |
12. Costa Rica |
13. Kwait |
14. Áustria |
15. Canadá |
16. Bélgica |
17. Irlanda |
18. República Tcheca |
19. Lituânia |
20. Reino Unido |
Fonte: World Happiness Report 2024
39. Panamá |
40. Malta |
41. Itália |
42. Guatemala |
43. Nicarágua |
44. Brasil |
45. Eslováquia |
46. Letônia |
47. Uzbequistão |
48. Argentina |
49. Cazaquistão |
Fonte: World Happiness Report 2024
Brasil - no Relatório Mundial da Felicidade de 2024:
O Brasil, ocupa o 44º lugar, dentre 143 países avaliados, subiu cinco posições no ranking de felicidade global, esta melhoria marca a primeira vez em nove anos que o Brasil avança no ranking, após anos de queda ou estagnação. Este salto notável reflete melhorias em vários aspectos sociais e econômicos. Especialistas atribuem essa ascensão a uma combinação de fatores, incluindo crescimento econômico mais robusto do que o esperado, impulsionado por pagamentos de dívidas judiciais, melhoria do crédito e recuperação parcial da indústria beneficiada por um ambiente externo favorável.
As classificações de felicidade variam de acordo com a faixa etária no Brasil:
· Para os jovens com menos de 30 anos, o Brasil se posiciona na 60ª posição.
· Para os idosos – 60 anos ou mais o Brasil se posiciona na 37ª posição.
O Relatório aponta para um olhar urgente!
A importância do bem-estar para a economia global não pode ser subestimada. Uma economia de bem-estar valoriza indicadores de riqueza além do produto interno bruto, como equidade, felicidade e resultados ambientais. Isso fornece à sociedade uma abordagem mais holística e equilibrada para o desenvolvimento. Investir no bem-estar avança a saúde da sociedade e promove resiliência e sustentabilidade, elementos essenciais para enfrentar ameaças à saúde atuais e emergentes, como pandemias e desastres ambientais.
Além disso, o valor do bem-estar como um fator de proteção para a saúde é amplamente reconhecido. Estudos indicam que um sentido de propósito na vida pode ser um ativo significativo para o bem-estar e um fator protetor contra a depressão em adolescentes, o que pode ter implicações duradouras na saúde mental ao longo da vida⁵. A Organização Mundial da Saúde destaca que o bem-estar é um “motor fundamental” para a coerência política em diversos setores, incentivando ações que criam comunidades ativas, resilientes e sustentáveis.
Acesse o relatório completo em: https://worldhappiness.report/ed/2024/
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